O que têm um astrofotógrafo e um engenheiro automóvel em comum?

Ayoub/ Fevereiro 4, 2021/ Notícias SEAT, Novo Leon

  • Reunimos um astrofotógrafo e um especialista em fotometria da SEAT sob um dos céus mais escuros da Europa, na reserva Dark Sky no Alqueva, em Portugal
  • A equipa de iluminação da SEAT passou 800 horas no escuro para testar os novos dispositivos óticos do Novo Leon
  • Ambos os mundos recorrem à mesma luz envolvente para iluminar sem distrair do foco principal, a estrada e as estrelas

 

Martorell, 28/01/2021. Cada pôr-do-sol nas margens do Lago Alqueva em Portugal é o prelúdio de um espetáculo como poucos outros na Europa. É o momento em que o astrofotógrafo Miguel Claro vai ao observatório preparar telescópios e câmaras para capturar, ao anoitecer, o imenso manto de estrelas. A 1.100 quilómetros, em Martorell, Carlos Elvira, Responsável do Desenvolvimento de Iluminação da SEAT, e a sua equipa também trabalham na escuridão mais profunda para testar os sistemas de iluminação de cada veículo. Dois mundos, astronomia e fotometria (análise da intensidade da luz) aplicados ao automobilismo, com uma ligação estreita.

 

Em busca da melhor luz. Os grupos óticos de um carro são um elemento fundamental para o conforto e segurança. “Todo o nosso trabalho está focado em alcançar uma iluminação que se adeque perfeitamente às diferentes condições que podemos encontrar na estrada”, explica Carlos Elvira. Por isso, é fundamental calcular minuciosamente a amplitude e a largura dos faróis, bem como o contraste e definição dos pilotos que projetam. Miguel Claro, por seu lado, deve calibrar milimetricamente os telescópios e câmaras para capturar com toda a intensidade o brilho de constelações como a de Órion, bem como as nebulosas Plêiades, Vega e Sírius, as suas favoritas.

 

O ambiente necessário. Quer seja para procurar o melhor comportamento da iluminação mais avançada ou para fotografar estrelas, Carlos e Miguel devem tratar a luz na mais profunda escuridão. “A escuridão é a base do meu trabalho, pois revela a beleza do universo”, diz Miguel Claro. “Para mim é uma necessidade”, sublinha Carlos Elvira. Os dois peritos gastam muito tempo com isso. O Miguel Claro fá-lo nesta varanda com vista para o espaço exterior que é o Alqueva, certificada como Reserva Dark Sky. “O céu está completamente limpo pelo menos 260 noites por ano”, refere. Por seu lado, Carlos Elvira e a sua equipa passaram cerca de “800 horas no escuro para os testar e validar“, diz.

 

A luz que importa. Para ambos os profissionais é essencial trabalhar sem qualquer poluição luminosa. “Graças ao céu negro e intacto deste lugar, aqui as estrelas podem ser vistas até ao limite de magnitude que nosso próprio olho pode alcançar, apenas olhar para cima para contemplar mais de 4.000, comenta Miguel Claro. Em locais tão escuros como este, Carlos Elvira e a sua equipa viajam até 30.000 km para testar os grupos óticos de um único modelo. Fazem-no nos quatro pontos cardeais do planeta, à procura de climas extremos. “Testes quentes ajudam-nos a verificar a funcionalidade eletrónica e os testes frios para verificar a distribuição ótica de estradas e acumulações de gelo”, acrescenta.

 

Dois observatórios de luz. Ao entrar no Dark Sky Alqueva, Carlos Elvira surpreende-se. “E como entrar no nosso túnel ótico”, exclama. Refere-se aos 40 metros de asfalto no Centro Técnico da SEAT, onde as condições de condução noturna são recriadas com precisão e nas quais também observam, embora no seu caso as suas estrelas sejam, por exemplo, os 340 LEDs que compõem os faróis e as luzes do novo Leon.

 

A estrela da fotometria. O LED, além de oferecer maior potência de luz e durabilidade e menor consumo, confere aos designers de iluminação SEAT maiores possibilidades para onde, quando e como dirigir a luz. “O ponto-chave para nós é garantir uma definição eficiente de eletrónica de controlo, um conceito ótico que permita o máximo desempenho e um equilíbrio entre técnica e design para um resultado atrativo e seguro”, diz Carlos Elvira. Foi assim que conseguiram, por exemplo, os 1.740 lumens no Leon com um alcance de 70 metros, na sua versão Full LED.

 

A mesma iluminação envolvente. Carlos Elvira também repara na linha vermelha fina que rodeia o observatório do Alqueva. Com ele, o astrofotógrafo ilumina o espaço sem distorcer a sua visão e fotografias. “É exatamente como o arco de luz interior que projetámos para o novo Leon”, comenta o perito em fotometria. Um arco projetado, exatamente, com o mesmo objetivo: iluminar sem deslumbrar ou distrair o condutor do foco principal, neste caso, a estrada. “Foi um grande desafio técnico, mas conseguimos o resultado mais funcional“, explica. Esta faixa LED também está associada ao assistente de saída segura do veículo, que alerta os passageiros se um veículo se estiver a aproximar ao abrir a porta.